Saudações analógicas a todos!
Em primeiro lugar, gostaríamos de pedir humildes desculpas pela demora na atualização deste singelo blog sobre discos. Tentamos fazer com que a Cantina trabalhe a todo vapor para trazer a você o que há de melhor no mundo dos bolachões, mas mesmo assim nos deparamos com adversidades que exigem paciência para serem contornadas. Vamos em frente, que o trabalho não pode parar!
E é justamente em clima de alegria e dedicação que estamos de volta, firmes e fortes, desta vez para trazer a lume considerações sobre a discografia, editada no Brasil, de uma certa banda, pouco conhecida, formada por quatro rapazes dos quais vocês provavelmente nunca ouviu falar antes. Rá!
Em primeiro lugar, gostaríamos de pedir humildes desculpas pela demora na atualização deste singelo blog sobre discos. Tentamos fazer com que a Cantina trabalhe a todo vapor para trazer a você o que há de melhor no mundo dos bolachões, mas mesmo assim nos deparamos com adversidades que exigem paciência para serem contornadas. Vamos em frente, que o trabalho não pode parar!
E é justamente em clima de alegria e dedicação que estamos de volta, firmes e fortes, desta vez para trazer a lume considerações sobre a discografia, editada no Brasil, de uma certa banda, pouco conhecida, formada por quatro rapazes dos quais vocês provavelmente nunca ouviu falar antes. Rá!
Ironias à parte, os Beatles (é como são conhecidos por aí), em pouquíssimo tempo de carreira juntos (estamos falando de apenas 7 anos entre as primeiras e as últimas gravações como banda), constituíram um riquíssimo legado gravado, no qual são facilmente perceptíveis, até pelos ouvidos mais leigos, uma ampla gama de elevadíssimos avanços técnicos e artísticos.
Como pouquíssimas bandas o fizeram, os Beatles se serviram ao máximo do contexto histórico em que estiveram em atividade. Não apenas se serviram do contexto: também serviram a ele, interagindo com ele, transformando-o e deixando marcas que gerações e mais gerações, mesmo depois de 40 anos após o encerramento de suas atividades, descobrem, redescobrem, admiram e readmiram. O conceito de "banda autossuficiente" (responsável integralmente pela composição e execução instrumental de seu próprio repertório) em substituição aos grupos vocais dos anos 50; a progressiva popularização do formato Long-Play em detrimento dos compactos 45 RPM (o que conferiu às bandas a possibilidade de trabalhar preferencialmente nos álbuns, dando-lhes tratamento de obra artística dotada de unidade e conceito próprios); o Mono dando lugar ao Stereo como formato de som preferencial (o que possibilitou às bandas explorarem cada vez mais os recursos que os estúdios de gravação tinham a oferecer para aprimorar a sonoridade dos discos): de tudo isso os Beatles usufruiram ao máximo, em prol não apenas de sua própria obra musical, mas também de toda a indústria fonográfica.
Como pouquíssimas bandas o fizeram, os Beatles se serviram ao máximo do contexto histórico em que estiveram em atividade. Não apenas se serviram do contexto: também serviram a ele, interagindo com ele, transformando-o e deixando marcas que gerações e mais gerações, mesmo depois de 40 anos após o encerramento de suas atividades, descobrem, redescobrem, admiram e readmiram. O conceito de "banda autossuficiente" (responsável integralmente pela composição e execução instrumental de seu próprio repertório) em substituição aos grupos vocais dos anos 50; a progressiva popularização do formato Long-Play em detrimento dos compactos 45 RPM (o que conferiu às bandas a possibilidade de trabalhar preferencialmente nos álbuns, dando-lhes tratamento de obra artística dotada de unidade e conceito próprios); o Mono dando lugar ao Stereo como formato de som preferencial (o que possibilitou às bandas explorarem cada vez mais os recursos que os estúdios de gravação tinham a oferecer para aprimorar a sonoridade dos discos): de tudo isso os Beatles usufruiram ao máximo, em prol não apenas de sua própria obra musical, mas também de toda a indústria fonográfica.
Em decorrência de tantos avanços e, acima de tudo, de seus elevadíssimos talento e perspicácia artísticos, os Beatles popularizaram-se no mundo com espantosa velocidade, e suas gravações foram editadas em diversos países, inclusive no Brasil. Porém, em nosso país, a discografia dos rapazes, editada pelo selo Odeon (subsidiário da EMI no Brasil, que mais tarde se chamaria EMI-Odeon e, posteriormente, EMI Music Brasil), recebeu, de início, tratamento diferenciado em relação à Parlophone Records (editora da discografia da banda no Reino Unido) e à Capitol Records (responsável pelo catálogo norte-americano dos Beatles). Com isso, durante alguns anos, a discografia dos Beatles editada em terras brasileiras constituiu-se de álbuns completamente distintos dos americanos e britânicos, com arte de capa, títulos e listagem de faixas exclusivamente direcionada ao mercado fonográfico brasileiro. No avançar das décadas, com as consequentes padronizações mundiais pelas quais passaria o catálogo da banda, tais "versões brasileiras" acabariam sendo progressivamente substituídas pelas versões originais editadas no Reino Unido, ficando excluídas do catálogo da Odeon e tornando-se itens de colecionador.
Mas, quais são esses discos? Quando foram lançados, e qual o seu conteúdo? É justamente nesse território que adentraremos, a partir de agora.
Cronologicamente, vamos nos situar, primeiramente, nos idos de 1964. A essa época, os Beatles já haviam lançado, em sua terra natal, dois álbuns completos de estúdio: Please Please Me e With the Beatles, nos meses de março e novembro de 1963, respectivamente. Nos Estados Unidos, da mesma forma, já haviam sido lançados dois álbuns completos do quarteto, ambos em janeiro de 1964: Introducing... The Beatles (lançado pelo selo Vee-Jay Records e não reputado, por alguns críticos, como lançamento oficial da banda), e Meet the Beatles! (esse sim, reputado como o primeiro LP oficial da banda lançado em território norte-americano, pela Capitol Records).
No Brasil, justamente em março de 1964, aproximadamente quatro meses após os primeiros lançamentos britânicos, viria a lume o primeiro Long-Play oficial da banda. Sábia e profeticamente entitulado Beatlemania (expressão cunhada no Reino Unido para designar o frenético aumento de popularidade da banda), tal disco (número de catálogo MOFB 274) consiste em verdadeira "versão alternativa" do álbum britânico With the Beatles (do qual pegou emprestada, inclusive, a arte de capa). Das doze faixas que compõem Beatlemania, nove figuraram originalmente em With the Beatles. As outras três faixas que completam o tracklist são "I Want to Hold Your Hand", "She Loves You" e "I Saw Her Standing There", três clássicos absolutos que, à época, formavam a tríade de hits principal responsável pela estrondosa popularidade do grupo. A listagem completa de faixas segue adiante:
Lado Um: I Want To Hold Your Hand / It Won't Be Long / All I've Got To Do / Little Child / Don't Bother Me / Please Mr. Postman
Lado Dois: She Loves You / Roll Over Beethoven / You Really Got A Hold On Me / I Wanna Be Your Man / Devil In Her Heart / I Saw Her Standing There
No mês seguinte, em abril de 1964, os Estados Unidos observariam o lançamento, em seu território, de mais uma compilação oficial de canções dos rapazes, entitulada The Beatles' Second Album (lançada pela Capitol Records), enquanto o Reino Unido, em junho do mesmo ano, seria presenteado com o lançamento do Extended-Play Long Tall Sally, tendo como carro-chefe a releitura, gravada pela banda, do clássico de Little Richard de mesmo nome. E finalmente, no mês seguinte, ambos os países seriam surpreendidos pelo álbum A Hard Day's Night, considerado um dos mais geniais e bem-sucedidos discos da banda, e um dos melhores conjuntos de faixas de toda a sua carreira.
Entretanto, em nosso país, no referido mês de julho de 1964 (e já demonstrando o considerável atraso com o qual a obra dos Beatles chegava por aqui), ainda testemunhávamos o lançamento do segundo LP brasileiro oficial dos Beatles, batizado de The Beatles Again (número de catálogo MOFB 287). Em contraste com Beatlemania (verdadeira versão alternativa do segundo álbum britânico dos rapazes, With the Beatles), Again dá preferência às faixas de Please Please Me, primeiro álbum britânico da banda (e lançado há quase um ano e meio), porém apresentando um repertório mais variado: seis de suas doze faixas figuraram originalmente em Please Please Me, enquanto as demais consistiam em faixas de With the Beatles excluídas de Beatlemania ("Hold Me Tight" e o clássico absoluto "All My Loving"), canções que figuraram no norte-americano Second Album ("Money" e "I'll Get You"), e os sucessos "From Me to You" (anteriormente lançado no Brasil em formato compacto) e "Can't Buy Me Love" (já adiantando aos brasileiros um gostinho do ainda não lançado A Hard Day's Night). Eis as faixas:
Lado Um: Please Please Me / Boys / Twist And Shout / From Me To You / Baby It's You / I'll Get You
Lado Dois: Hold Me Tight / Money (That's What I Want) / Do You Want To Know A Secret / All My Loving / Love Me Do / Can't Buy Me Love
Nos dias e meses que se seguiram a partir de julho de 1964, nos Estados Unidos, onde qualquer coisa relacionada aos Beatles vendia como água (especialmente os discos), a Capitol Records presenteou o público com mais três Long-Plays do grupo: Something New (lançado apenas 10 dias após o lançamento de A Hard Day's Night no Reino Unido, e trazendo quase todas as faixas que neste figuraram - nos Estados Unidos, o álbum entitulado A Hard Day's Night fora lançado pelo selo United Artists, daí a necessidade de o selo Capitol reeditar e relançar suas faixas em um álbum próprio), The Beatles' Story (disco "caça-níqueis" composto de diversos excertos de entrevistas e performances ao vivo da banda, lançado em novembro de 1964), e Beatles '65 (lançado em 15 de dezembro de 1964, trazendo oito das 14 faixas de Beatles for Sale - quarto álbum da discografia britânica do quarteto, lançado dias antes no Reino Unido).
Em nosso país, somente no mês seguinte, em janeiro de 1965 (pasmem - com absurdos seis meses de atraso em relação a Reino Unido e Estados Unidos) a Odeon resolveu lançar a versão brasileira do álbum A Hard Day's Night. Em relação à lista de faixas, repetiu-se o repertório da versão original britânica, inclusive na mesma ordem. A grande inovação nacional ficou por conta da arte de capa, assemelhada à da edição britânica (usando, porém, tons vermelhos ao invés de azuis) e trazendo todo o conteúdo textual traduzido do inglês para o português - inclusive o título do álbum: Os Reis do Iê-Iê-Iê (MOFB 299), que é o título sob o qual o filme A Hard Day's Night chegara aos cinemas nacionais. Curiosamente, mesmo após a padronização mundial da discografia dos Beatles, a edição brasileira em vinil deste álbum permaneceria sendo reprensada com esse título e com essa arte de capa até se encerrar a produção de LPs dos Beatles no Brasil. A primeira edição em CD do álbum, lançada no país em meados dos anos 80, trouxe a arte de capa original britânica, e conteúdo textual em inglês.
Nos meses que se seguiram a janeiro de 1965, em sua terra natal, o estrondoso sucesso dos Beatles só crescia à medida em que novos compactos eram lançados, destacando-se, nesse período, o lançamento do clássico hit "Ticket to Ride". Nos Estados Unidos, buscando capitalizar ainda mais o sucesso da banda, a Capitol Records resolve lançar, em março, a coletânea The Early Beatles, que nada mais era do que uma versão reduzida do álbum de estreia Please Please Me (e uma resposta tardia ao lançamento não-oficial Introducing... The Beatles pelo selo Vee-Jay Records um ano e três meses antes).
No Brasil, no mês seguinte, em abril de 1965, a gravadora Odeon lança o quarto Long-Play brasileiro oficial da banda, entitulado The Beatles (MOFB 317). Trata-se de mera versão reduzida de Beatles for Sale, lançada com quatro meses de atraso em relação ao LP britânico e trazendo apenas 12 das 14 seleções que nele figuraram, dispostas de forma diferente. À relação de faixas:
Lado Um: Rock And Roll Music / Kansas City / I'm A Loser / No Reply / Mr. Moonlight / I'll Follow The Sun
Lado Dois: Eight Days A Week / Honey Don't / What You're Doing / Everybody's Trying To Be My Baby / I Don't Want To Spoil The Party / Words Of Love
Em junho de 1965, a Capitol Records inundava ainda mais as prateleiras norte-americanas com discos dos Beatles: era lançada a coletânea Beatles VI (enquanto Brasil e Grã-Bretanha ainda sentiam o gosto do quarto lançamento dos rapazes, este já era o sétimo álbum dos Beatles lançado pela Capitol nos Estados Unidos), que trazia, em sua maioria, seleções que figuraram originalmente no britânico Beatles for Sale.
Posteriormente, em agosto do mesmo ano, o mundo foi sacudido por mais um filme dos Beatles. Empolgados com o sucesso estrondoso, tanto nas bilheterias como nas vendas de discos, de A Hard Day's Night, os rapazes investem novamente na Sétima Arte e trazem ao mundo seu mais novo longa-metragem, Help!, e, obviamente, com ele, o álbum contendo suas empolgantes canções, lançado no Reino Unido em 6 de agosto, e na semana seguinte, nos Estados Unidos.
Quatro meses depois, no início de dezembro de 1965, os Beatles lançariam simultaneamente nos Estados Unidos e Reino Unido (embora com listas de faixas distintas em ambos os países), uma de suas melhores e mais aplaudidas obras: o genialíssimo disco influenciado pela folk music Rubber Soul, considerado verdadeiro divisor de águas na carreira do quarteto: foi o primeiro disco gravado pela banda em regime de dedicação exclusiva, confinados nos estúdios Abbey Road durante as gravações (ao contrário dos anteriores, gravados no meio de turnês e outros compromissos), o que conferiu foco à banda e contribuiu para a excepcional qualidade artística da obra.
Posteriormente, em agosto do mesmo ano, o mundo foi sacudido por mais um filme dos Beatles. Empolgados com o sucesso estrondoso, tanto nas bilheterias como nas vendas de discos, de A Hard Day's Night, os rapazes investem novamente na Sétima Arte e trazem ao mundo seu mais novo longa-metragem, Help!, e, obviamente, com ele, o álbum contendo suas empolgantes canções, lançado no Reino Unido em 6 de agosto, e na semana seguinte, nos Estados Unidos.
Quatro meses depois, no início de dezembro de 1965, os Beatles lançariam simultaneamente nos Estados Unidos e Reino Unido (embora com listas de faixas distintas em ambos os países), uma de suas melhores e mais aplaudidas obras: o genialíssimo disco influenciado pela folk music Rubber Soul, considerado verdadeiro divisor de águas na carreira do quarteto: foi o primeiro disco gravado pela banda em regime de dedicação exclusiva, confinados nos estúdios Abbey Road durante as gravações (ao contrário dos anteriores, gravados no meio de turnês e outros compromissos), o que conferiu foco à banda e contribuiu para a excepcional qualidade artística da obra.
E com consideráveis quatro meses de atraso, ainda nos idos do referido mês de dezembro de 1965, enquanto Rubber Soul já era apreciado no exterior, eis que finalmente chega ao Brasil Help! em filme e em álbum. Diferentemente do que ocorreu com A Hard Day's Night, a versão nacional de Help! (MOFB 333 - lançada com o simpático subtítulo Trilha Sonora do Filme "Socorro") traz uma listagem de faixas distinta das versões britânica e norte-americana, misturando sucessos novos e anteriores da banda. Eis as seleções:
Lado Um: James Bond Theme / Help! / The Night Before / I Need You / You've Got To Hide Your Love Away / You're Gonna Lose That Girl / Another Girl
Lado Dois: Ticket To Ride / I'm Down / I Feel Fine / Thank You Girl / Ask Me Why / P.S. I Love You
Avançaremos agora três meses na linha cronológica, embarcando no mês de março de 1966. Os Beatles, ainda na onda do lançamento de Rubber Soul, preparavam-se para embarcar em uma extensiva turnê pelo Reino Unido e pelos Estados Unidos para promovê-lo. Em paralelo a essa preparação, lançaram o compacto "We Can Work it Out/Day Tripper", que obteve enorme sucesso, chegando ao topo das paradas. Era perceptível que o ritmo de gravação da banda havia diminuido consideravelmente (haja vista as progressivas mudanças estilísticas do grupo - o critério "qualidade" dando lugar ao critério "quantidade"), o que fez com que diminuisse, igualmente, a quantidade de lançamentos com os quais as gravadoras inundavam as prateleiras das lojas.
No Brasil, enfim chegava Rubber Soul (catálogo BTL 1001), com três meses de atraso em relação ao seu lançamento na Grã-Bretanha. A partir daqui, a gravadora brasileira Odeon (com pioneirismo até mesmo sobre a norte-americana Capitol Records, que só o faria um ano depois, em 1967) padronizaria seus lançamentos, de forma a proporcionar ao público brasileiro os discos dos Beatles em formato, arte de capa e listas de faixas idênticos aos lançados originalmente no Reino Unido. Foi assim com Rubber Soul e com todos os álbuns posteriores dos Beatles lançados no país: todos chegaram com conteúdo, arte de capa e listagem de canções fiéis às versões originais britânicas. O único problema que persistiria seria o atraso nos lançamentos dos álbuns. A esse respeito, eis as datas de lançamento dos álbuns dos Beatles no Brasil, a partir de Revolver:
- Revolver: lançado em agosto de 1966 no Reino Unido e em outubro do mesmo ano no Brasil (BTL 1002);
- A Collection of Beatles Oldies (coletânea): lançada em dezembro de 1966 no Reino Unido e em abril de 1967 no Brasil (BTL 1003);
- Sgt. Pepper's Lonely Hearts Club Band: lançado em junho de 1967 no Reino Unido e em setembro do mesmo ano no Brasil (BTX 1004);
- Magical Mystery Tour: lançado originalmente como um EP duplo no Reino Unido (contendo apenas 6 faixas que apareceram no filme de mesmo nome) em dezembro de 1967, foi lançado inicialmente no Brasil no mesmo formato, em abril de 1968 (MMT 01/02). Posteriormente, com a padronização mundial da discografia dos Beatles, o EP duplo deixou de ser fabricado (até mesmo no Reino Unido), dando lugar ao formato LP editado pela Capitol Records (a coletânea de 11 faixas e capa amarela que todos conhecem);
- The Beatles ("The White Album"): lançado em novembro de 1968 no Reino Unido e em fevereiro de 1969 no Brasil (BTX 1005/1006);
- Yellow Submarine: lançado em janeiro de 1969 no Reino Unido e em abril do mesmo ano no Brasil (BTL 1007);
- Abbey Road: lançado em setembro de 1969 no Reino Unido e em novembro do mesmo ano no Brasil (BTL 1008);
- Hey Jude: trata-se de uma coletânea de singles lançada originalmente pela Capitol Records, nos Estados Unidos, em fevereiro de 1970, e que por aqui foi lançada no mês seguinte (BTL 1009). Tal álbum não foi lançado no Reino Unido;
- Let It Be: lançado em maio de 1970 no Reino Unido e em julho do mesmo ano no Brasil (BTL 1013).
Capa de Magical Mystery Tour (versão EP duplo de 6 faixas), tal qual fora editado originalmente no Brasil e no Reino Unido. |
A partir da metade da década de 70, a discografia brasileira dos Beatles passou por uma profunda padronização: a partir daí, a antiga discografia nacional dos Beatles editada antes de Rubber Soul deixou de ser fabricada, dando lugar ao padrão discográfico original do Reino Unido. Álbuns como Please Please Me, Beatles for Sale e With the Beatles passaram a ser fabricados no Brasil, pela primeira vez, em seu formato britânico original, enquanto discos como The Beatles Again e Beatlemania tornaram-se relíquias fora de catálogo, disputados itens de coleção. As únicas exceções ficaram por conta de A Hard Day's Night, que, muito embora sempre tivesse a lista de faixas original britânica, continuou a ser fabricado com a arte de capa tipicamente nacional (Os Reis do Iê-Iê-Iê); e Magical Mystery Tour, que se padronizou no formato LP-Coletânea da Capitol Records, em substituição ao formato EP Duplo através do qual fora originalmente editado no Brasil e no Reino Unido. Dispensável mencionar, mas só a título de ratificação, que as edições nacionais em CD mantiveram o padrão mundial de conteúdo (arte de capa e listas de faixas britânicos - exceto Magical Mystery Tour, que também seguiu o padrão americano da Capitol Records).
APÊNDICE: "CRONOLOGIA SELOGRÁFICA"
Há que se tecer algumas considerações acerca dos vinis dos Beatles fabricados no Brasil. Suponhamos que você, enquanto colecionador de discos, resolve dar um passeio por alguns sebos de LPs de sua cidade, e de repente se depara com um álbum dos Beatles, decidindo comprá-lo. Como saber de que ano é a prensagem desse álbum? Será que realmente vale o preço que estão cobrando por ele? Eis a missão deste tópico: elucidar de vez essa dúvida.
As primeiras prensagens dos primeiros discos dos Beatles, datadas de 1964 e 1965, vinham prensadas no selo Odeon azul-escuro. Nas prensagens de 1964, disponibilizadas exclusivamente no formato mono, aparecia a inscrição "ALTA FIDELIDADE" do lado direito do selo. A partir de 1965, quando a Odeon começou a editar a discografia dos Beatles também em Stereo (porém falso stereo, é bom que se diga), a inscrição foi substituida pelo indicativo MONO/ESTÉREO.
De janeiro de 1966 a dezembro de 1967, o selo azul-escuro deu lugar ao selo Odeon branco (trazendo, pela primeira vez, o tradicional logotipo retangular bicolor da gravadora), e todo o catálogo dos Beatles lançado até então passou a ser prensado com este selo.
A partir de dezembro de 1967, o selo branco foi substituído pelo selo "Estrela Branca", o qual estampou as prensagens do catálogo dos Beatles feitas até dezembro de 1968. Todo o catálogo foi reprensado com este selo, durante 1968.
De dezembro de 1968 a dezembro de 1969, o catálogo seria reprensado usando o selo "Estrela Azul" em substituição ao selo "Estrela Branca". Isso não se aplica, obviamente, aos lançamentos dos Beatles a partir do Álbum Branco, que viriam a ser prensados sempre com o selo Apple Records. Portanto, o selo em questão só estamparia as reprensagens de Beatlemania a Magical Mystery Tour.
De dezembro de 1969 a dezembro de 1971, o selo "Estrela Azul" continuaria a ser o usado nas reprensagens dos Beatles, porém com uma ligeira modificação no logotipo da gravadora.
De 1972 até meados do fim da década de 70 (e já estamos falando da época em que a discografia brasileira dos Beatles foi padronizada para se igualar à britânica), as prensagens dos álbuns (até o Álbum Branco) vinham com o chamado "Selo Dourado" da Odeon. Tais prensagens estão entre as mais facilmente encontráveis em sebos, e custam barato.
Do final da decada de 70 até metade da década de 80, as prensagens vinham com o selo "Azul Claro". Vale ressaltar que a gravadora, a essa época, já havia mudado seu nome e logomarcas para "EMI Odeon". Concretizou-se, neste período, a padronização da discografia dos Beatles, havendo também significativas correções nas prensagens dos discos (corte das matrizes a partir de fitas de melhor qualidade e substituição significativa de versões falso-estéreo - defeito recorrente das prensagens dos anos 60 e 70 - por versões em estéreo verdadeiro). Tais prensagens também estão entre as mais comuns nos sebos de discos, a preços bastante acessíveis (até por R$ 5,00 é possível comprar um álbum dos Beatles prensado nessa época). Outra marca de tais prensagens é a inclusão de um simpático encarte ("The Beatles Collection"), não disponibilizado nas prensagens anteriores, mostrando todo o catálogo dos Beatles disponível em LP e os respectivos tracklistings.
A partir da metade da década de 80 até o início da década de 90, período em que o catálogo dos Beatles foi editado em CD pela primeira vez e cessou a produção de LPs da banda no Brasil, as prensagens vinham com o famoso selo preto "Arco-Íris", simulando o tradicional selo "Rainbow" usado pela Capitol Records nos anos 60 (semelhante ao da foto acima). É comum, em prensagens desse período, encontrar um adesivo na capa dos discos com a mensagem "Remasterizado Digitalmente", o que é forte indício de que tais prensagens foram cortadas a partir de matrizes digitais (suspeita-se, inclusive, de que o corte fosse feito, no caso específico dos discos entre Help! e Let It Be, a partir dos próprios CDs). Curiosamente, os LPs situados entre Please Please Me e Beatles for Sale continuaram sendo prensados, nessa época, em versões estéreo, diferentemente das versões em CD dos mesmos álbuns, que traziam as versões em mono (somente em 2009, com a nova remasterização do catálogo dos Beatles, tais discos foram lançados oficialmente em CDs estéreo pela primeira vez).
É isso, meus caros amigos, depois de tanto escrever sobre os Beatles e seus LPs lançados no Brasil, resta-nos nos despedir de vocês (por enquanto, por enquanto...). Esperamos que todas as suas dúvidas acerca do catálogo brasileiro da banda tenham sido satisfatoriamente sanadas. Caso queiram se aprofundar ainda mais no assunto, recomendamos a leitura do magnífico artigo escrito por Gustavo Montenegro para o site beatles.com.br (http://www.thebeatles.com.br/discografia-br.php), que foi referência deveras útil na confecção do nosso próprio. Estamos abertos a críticas, elogios e a quaisquer outras considerações que desejem fazer para aprimorar o conteúdo deste humilde blog. Afinal, ele pertence a vocês também.
Grandes abraços a todos, e até a próxima!
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ResponderExcluirEste comentário foi removido pelo autor.
ResponderExcluirMuito obrigado pelas informações. Por favor, poderia corrigir as imagens que estão com link quebrado? Obrigado antecipadamente.
ResponderExcluirMto boa a matéria, agora uma pergunta: tirando os LPS remasterizados de 1988 qual a melhor prensagem brasileira dos Beatles??
ResponderExcluirBom dia !
ResponderExcluirAlguem tem para vender compacto dos Beatles em 45 rpm edição nacional de número : 93- 97- 101 e 3393 ?
Grato !